Isqueiros e Cartões

Há 40 anos, quando comecei a fumar(arghhh!), poucas coisas frustravam mais do que um isqueiro negando fogo quando batia a ânsia de acender um cigarro. O vício elevava esse apetrecho para a seara da confiança, o que justificava pagar uma fortuna por um ZIPPO à prova de vento, que na maioria das vezes funcionava permissivamente no interior de prédio onde sequer havia uma leve brisa para desmanchar os baforados círculos de fumaça. A bem da verdade, os populares e inovadoramente descartáveis CRICKET igualavam a sua eficiência no dia a dia.

Há cerca de 20 anos deixei de fumar cigarros comuns, e há 10 anos me livrei das cigarrilhas, mas é impressionante como algumas sensações nos acompanham. Não a da falta do tabaco.

Abri minha conta no Banco do Brasil assim que completei 18 anos. Aos 20 anos me tornei seu empregado e lá trabalhei por 31 anos. Até o início deste ano nunca havia precisado de outro Banco e tinha os cartões de crédito do BB como bastantes, nas bandeiras Visa, Amex e Mastercard.

Porém, como minha gerente de contas do BB não respondia meus emails, nem retornava minhas ligações e o banco não atendeu dois pedidos de transferência da minha conta para outra agência, abri uma conta no Itaú e levei para lá os itens bancários para os quais é conveniente ter um gerente de contas… gerenciando.

Até então, tirando a questão da gerente de contas, eu quase não tinha o que reclamar, mas hoje tive uma segunda experiência, em seis meses, na qual o Banco do Brasil negou fogo e se comportou como um CRICKET ante qualquer vento, juntamente com o Bradesco.

Minha filha havia feito uma compra com o seu cartão da agência do Bradesco onde recebe o pagamento. Por algum motivo, que não era de limite ou crédito (de fato nunca sabemos a verdade), a transação foi recusada. “Sem problemas filhinha, usemos os supercartões do superpapai!”

As três bandeiras, todas negadas. Liguei para a operadora do BB e a atendente confirmou que não havia nenhum problema e ainda fez questão de ditar o limite disponível, inclusive centavos – muito, muito superior ao valor da compra, e sugeriu que o problema era na loja.

Como uma bola de ping-pong, religamos para o SAC da loja e tentamos novamente. Nada. Incluímos, derradeiramente, um cartão virtual que não havia sido tentado antes, mas nada de o BB autorizar. Desta vez, sem ter a quem recorrer, fiquei com a sensação de estar em campo aberto, com fósforos e ventania.

Lembrei do Itaú e lamentei ter achado desnecessário ter outro cartão de crédito com bandeira idêntica àquelas do BB… mas, será que não seria a mesma coisa de BB e Bradesco?

Foi aí que me lembrei do cartão Nubank Brasil, que havia pedido por ser um cartão com relacionamento totalmente digital e que, afinal, não tinha custo. Recebi rápido, sem burocracia, sem ser por eles previamente conhecido, sem ter trabalhado lá, sem ter ido a nenhuma agência, sem a imposição de um gerente de contas. Mas, obviamente, com um limite bem menor do que no BB.

Pedi à atendente da loja para tentar o cartão NuBank… e não é que foi de primeira! A aprovação foi imediata, mesmo com o valor da compra correspondendo a quase 50% do meu limite.

Não era problema da loja, nem do pedido, nem do comprador. Era um problema de confiança, e de respeito que não tem preço.

De nada vale a grife de um fornecedor gigante se ele não entrega. Fico com a simplicidade nos procedimentos. No NuBank você gerencia tudo pelo smartphone, sem firulas, sem oferta de títulos de capitalização, sem anuidades e com entrega tempestiva.

O cartão é um Mastercard Platinum Internacional, de uma cor lilás alegre, adequada para afastar essas frustrações com a seriedade vazia da concorrência.

A princípio despretensioso, é um cartão que custa como um CRICKET, mas funciona como um ZIPPO.

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